quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O CALENDÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO VAI TER QUE MUDAR.


 Já não é mais uma questão que envolve os clubes que estão na Libertadores. Já se trata de uma questão que rompe as barreiras do futebol. Clubes como o Atlético do Paraná resolveram disputar o estadual inteiro com um time sub 23, enquanto isso o time principal participa de torneios na Europa e ganham muito mais com isso.

Não falo apenas de dinheiro, tecnicamente a equipe do Furacão ganha muito mais nas terras de além mar pois é sabido que as equipes que disputam os estaduais são muito fracas.

Na edição de ontem a Zero Hora trouxe duas reportagens sobre o tema. Uma que mostrava em quantas partidas cada um dos times que estão na Libertadores usaram time misto. Outra foi uma entrevista com Fernando Ferreira da Pluri Consultoria sobre os estaduais, sua perda de valor e possibilidades de alteração, a qual reproduzo abaixo.

Expresso a minha opinião no sentido de que os estaduais sejam encurtados e que voltem as Copas Regionais. Eu curtia muito a Sul Minas, gostava mesmo. Só que para isso dar certo os times que participassem das Copas Regionais estariam desobrigados a jogar os Estaduais. Quem estivesse na Série A teria vaga garantida na Copa Regional e as demais vagas seriam decididas pelo Estadual do ano anterior. Assim o estadual seria uma grande disputa entre os times do interior, mais o São José, pelas vagas na Sul Minas. Seria um baita campeonato e acho que melhoraria inclusive para os times do interior.

Bom, esta é apenas a minha opinião, sei que existem outras.

Abaixo transcrevo a entrevista do Zini Pires da Zero Hora com Fernando Ferreira da Pluri Consultoria.


O Gre-Nal e o futuro dos campeonatos regionais

26 de fevereiro de 20130
O consultor Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, fala sobre a utilização de times mistos em campeonatos regionais no Brasil e sobre o futuro deste tipo de competição.
O Grêmio insiste em adotar times mistos nos clássicos. Como a atitude reflete no ranking dos campeonatos regionais?
Fernando Ferreira – A decisão do Grêmio reflete o risco técnico e financeiro de se colocar o time principal para disputar um campeonato que, além de representar cada vez menos como conquista, é fonte de prejuízos potenciais e imediatos. Veja, o Atlético-PR vai usar o time sub-23 em todo o Campeonato Paranaense. Vários outros clubes também estão usando equipes reservas, mistas, etc. É uma forma de dizer: “Vou colocar o time de acordo com o nível da competição que me oferecem”.
E o futuro?
Ferreira – Me parece o início de uma tendência, pois há pouco a ganhar colocando times titulares em competições tão pouco atraentes. A crítica não é ao Gauchão em si, que ainda é um dos mais fortes do Brasil, e sim aos campeonatos estaduais como um todo.
O Gauchão pode, assim, perder valor como campeonato?
Ferreira – Todos os estaduais estão perdendo importância a cada ano, a situação é insustentável e provavelmente teremos uma ruptura no modelo em breve, já que além de estádios vazios, agora a audiência dos jogos está caindo em todo o Brasil. E nesse cenário é inevitável que patrocinadores e TVs revejam o interesse nesse produto. Num primeiro momento há uma surpresa com relação à decisão do Grêmio por se tratar de um Gre-Nal, mas como disse antes, atitudes semelhantes serão cada vez mais comuns.
Qual o desenho ideal de uma campeonato como o Gauchão?
Ferreira – Resumindo, teríamos três opções. Todas melhores do que as atuais:
1) Ajuste dos Estaduais: Gauchão passa a ter uma fase classificatória sem a presença dos clubes maiores, que entrariam só na parte final. Assim teríamos clubes mais fortes disputando um menor número de jogos.
2) O Gauchão ocorrendo em paralelo com uma Copa Sul (ou Sul-Minas), sendo que os participantes não disputariam os estaduais. Essa copa poderia ter 12 equipes, num formato enxuto e qualificado, pois teríamos clubes de peso e o título teria maior importância que os estaduais, que seriam desta forma competições classificatórias para a copa regional. Porém, de nada adianta reimplantar os regionais e obrigar os cubes a também disputar os estaduais.
3) O Brasileirão passa a ser disputado o ano todo, e os participantes não disputam os estaduais, que seriam uma divisão inferior do Brasileiro. Assim como é no mundo todo.

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