quinta-feira, 8 de julho de 2010

POR FAVOR, SEM TEORIAS SOCIAIS NO CASO BRUNO!!!

A tragédia está feita e começam a se buscar explicações. Já começo a escutar de muitas pessoas, inclusive da imprensa, explicações que ligam o fato a Bruno ter origem na favela. Por favor não façam isso. Peço a todas as pessoas do mundo para não entrarem numa "pobrefobia". O povo da favela não merece isso.

Não sei se vocês sabem mas neste mesmo momento corre em Santa Catarina um processo de estupro e os acusados são o filho do Presidente da RBS de lá e o filho de um Delegado da Polícia Civil de lá. Os dois tem 17 anos e a vítima 14. Não são favelados.

Suzana Von Risthophen, acho que se escreve assim, também não era pobre e matou seus pais. Assim como não eram pobres outras figuras que cometeram crimes muito bárbaros e famosos. Outros não ficaram famosos, mas igualmente não eram pobres.

Não se alcem a teorias que querem juntar a pobreza a razão de um crime destes, pois esta mesma teoria tem em sua ideologia o germe do APARTHAIDE, isso mesmo o regime que aconteceu na Àfrica do Sul tinha uma justificativa desse tipo. Diziam os defensores do regime que ele era necessário pois era muito perigoso conviver com os negros.

Imaginem se vinga uma idéia "pobrefóbica" no Brasil, aliás se faz necessário dizer que em alguns setores da sociedade isso já vingou, o que é muito triste. Tal fato se cristaliza justamente quando surgem teorias como a citada para explicar tamanha barbarie.

Quero dizer que não me sinto nada bem em comentar isto aqui. Foge ao assunto do blog mas nos atropela, não há como não falar. É impactante, chocante, cruel de mais. É o tipo de coisa que me faz ter um único pensamento :" o que terá sentido Elisa nos momentos que antecederam sua morte?" E a versão atual do crime, se confirmada é mais terrível ainda, diz que Bruno foi tomar uma cerveja enquanto matavam a moça.

Outra coisa que me chocou nesse caso é que tem muita gente parecendo querer responsabilizar a vítima pelo crime. O que que é isso? Tá todo mundo louco? Quer dizer então que se pode matar quem tem profissão que as pessoas não gostam. Isso é inadmissível.

Não há nada de social no caso Bruno, nada mesmo. Um crime social se dá quando alguém faminto rouba um pão, ou alguém com frio rouba uma roupa. Não é nem de longe o caso atual. Trata-se de uma barbarie tão terrível, mas tão terrível que faltam adjetivos.

Por isso peço a todos que não demonizem os pobres por este triste fato que aconteceu em nosso país. Peçam justiça, mas justiça para quem comete barbaridades, independentemente da classe social do acusado e/ou da vítima.

Um comentário:

  1. E aí pessoal, é o seguinte. O texto acima vai sair amanhã no Diário da Manhã de Pelotas.
    É o nosso blog se expandindo.
    Valeu

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