Deixo a euforia de lado, já experimentada na noite de ontem, para apontar uma questão talvez escondida (ou esquecida por um breve momento) em razão do 40º título Gaúcho alcançado pelo Internacional. Também, não pretendo ser repetitivo, uma vez que o estimado amigo Cássio já resumira e explicitara a todos o atual sentimento de redenção de toda torcida colorada, a qual eu me incluo.
Vim, então, trazer um contraponto da taça. Um olhar de outro ponto de observação. Em suma: no meio de todo o céu de alegria e euforia, merecidas e justificadas pelos prévios acontecimentos ao GRENAL, observo uma nuvem de problemas, dificuldades e carências.
O título do Gauchão 2011 não deve apagar os erros táticos, técnicos e administrativos que presenciamos até agora. O pulo de comemoração por mais uma taça não deve demorar muito. Rapidamente devemos voltar ao chão, colocando, de modo muito firme, nossos pés ao solo.
Falcão à la Roth
O modo como Falcão escalou o time me assustou sobremaneira. Ele lembrou o treinador anterior, iniciando o jogo em um 4-4-2 muito defensivo, colocando Juan como uma espécie de lateral-esquerdo, marcando individualmente Leandro. Kleber, então, ficaria mais liberado para fazer uma função mais avançada, aproximando-se do meio-campo, onde estaria Andrezinho e, um pouco mais na frente, D'alessandro. No entanto, o que vimos fui um Inter completamente desarrumado, e um gremio praticamente massacrando, perdendo gols e gols e podendo confirmar o caneco logo no primeiro tempo. Damião ficou sozinho no ataque, e as jogadas não aconteciam e as bolas não chegavam. Foi horrível.
Falcão não foi teimoso
O cartão amarelo recebido por Juan mudou o modo de pensar de Falcão. Ainda no primeiro tempo, colocou um atacante (Zé Roberto) no lugar do garoto improvisado na lateral-esquerda. Dali em diante a postura do time do Inter foi outra. Começou a equilibrar a partida, quase igualando a posse de bola. Correção de erro não deixa de ser um acerto. Falcão acertou com a substituição no primeiro tempo, embora tenha se equivocado ao escalar o time inicial.
Deficiências técnicas
Temos um sistema defensivo muito frágil e vulnerável. Parece não haver comunicação entre os jogadores que ali compõem. Entre jogos e falhas vamos tomando gols inaceitáveis. E é aqui que o setor administrativo escancara suas lacunas, pagando salários totalmente desproporcionais à natureza técnica de certos jogadores, servindo somente como mais um vetor desse mercado altamente inflacionário. É preciso rever muita coisa.
A satisfação/felicidade é ainda maior quando a glória/conquista sucede a um sofrimento. É neste conjunto que comemoramos o 40º título do Campeonato Gaúcho. Não é o que sempre almejamos, porém precisamos, antes de tudo, mandarmos no nosso próprio rincão.
Vamo que vamo, Colorado!!!
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