Hora da União

O jogo deste sábado foi dos melhores que já vi em minha vida, não pelo jogo em si, mas pela carga emocional que ele trouxe. Nas arquibancadas do Pacaembu, passei da euforia para o desespero e para a euforia de novo.

Gritei cantei, vibrei me desesperei. Vi um Grêmio amassar e ser amassado. Vi um Victor pegar um penal, vi Rafa Marques tirar uma bola de cima da linha, vi a torcida corintiana gritar e calar. Vi Renato dar socos no ar para reclamar, vi Souza ser operário, vi Vilsom ser injustiçado, vi F.Santos e Gabriel cravados na linha defensiva pra segurar o resultado, vi o ataque brigra, lutar, dividir, comer grama. Vi um M-A-E-S-T-R-O;

Um golaço, vi Douglas não comemorar, mas vi milhares pulando de alegria, gritando, se abraçando, berrando, perdendo a voz como eu perdi.

VI O GRÊMIO SER GRÊMIO DE NOVO.

Em Porto Alegre, era dia de eleição. Mas o que interessa agora não é política, é UNIÃO. No camarote logo acima de mim, estavam Duda, Guerra, Newton. Eu como Gremista curioso, no intervalo fiquei na porta olhando eles que comandam e jogam por meu time. Quando olho para o lado, vejo Pelaipe passando na minha frente e entrando no camarote.

Mas como assim Pelaipe, ele não é de outra corrente? Na hora lembrei de uma entrevista dele na Guaíba, a pouco tempo, dizendo que ele é gremista, que nesse momento os gremistas devem se unir. Que deveriam deixar de lado os ranços políticos e levantar o Grêmio.

E ali estavam, Duda o presidente que tanto critico, e Pelaipe o vice que me levou ao olímpico lotado para assistir Grêmio x Boca.

Na saída após ver Renato reunir os jogadores e manda-los na torcida. Após aplaudir os jogadores que comemoravam aquilo ali como um titulo.

Subi alguns degraus e na minha direção vinham Newton e Duda, cercados por 3 seguranças, sem pensar meti a mão entre os homens de preto e falei:

-Duda, duda; tô aqui em São Paulo e sou sócio lá; só pra ajudar o Grêmio.

Ele olhou pra mim visivelmente emocionado, não por aquilo, mas pelo jogo em si, e falou.

- É isso ai. Obrigado, obrigado, temos que ir todos juntos. Vamo lá, vamo lá.

E sumiu no meio da arquibancada em direção ao vestiário.

30 seg depois, olho pro lado e Pelaipe está ali do meu lado sozinho. Com um sorriso de orelha a orelha.

- E ai Pelaipe, veio dar uma força?

- Claro, claro. É isso vamo lá vamo passa por cima deles.

E me deu um abraço forte antes de sair do estádio.

Na saída no meio de milhares de Corintianos, eu e a Fernanda disfarçados íamos em direção ao metrô. Pra disfarçar puxo assunto com um cara.

-E o Fluminense? como foi?

-Perdeu, perdeu.

-Ainda bem pelo menos podemos chegar, ainda.

HAHAHAHAHAHA.

Estou me especializando em sair de estádios como um intruso, escutando os torcedores reclamando que perderam pro Grêmio. Que coisa maiiiisss linnndaaaaa.

Agora é o Palmeiras. Vencer e subir mais na tabela.

Vamo Grêmiooooo, Vamoooo!