quinta-feira, 22 de julho de 2010

SILAS É O TÉCNICO CERTO NA HORA ERRADA!


Sei que muitos vão estranhar o título do meu texto, depois de ler meus comentários no post do Luciano.
Vou tentar me explicar...
Silas, nas finais do Gauchão, mostrou que sabe armar um time. Isto se refletiu também nos enfrentamentos com Fluminense e Santos. Ele é jovem, trabalhador e honesto o que depõe a seu favor e o coloca na condição de técnico emergente. E como o Brasil precisa de uma renovação nesta profissão! Basta ver que na para a última copa foi escolhido Dunga, um ex-jogador que nunca havia sido treinador, para a seleção brasileira. O que depõe contra Silas NO GRÊMIO é a falta de experiência para lidar com este momento que O CLUBE se encontra.

QUE MOMENTO É ESTE?

Começa fora do futebol mas acaba estourando no próprio: Me refiro à política do clube.
Duda Kroeff só é presidente do Grêmio porque seu oponente brigou publicamente na Rádio Gaúcha com o ex-dirigente mais prestigiado da história do clube, Fabio Koff.
Duda Kroeff é apoiado por um grupo de movimentos políticos conhecido como G-6 (existem mais de 12 dentro do conselho). A oposição é formada basicamente por dois movimentos, o movimento Grêmio Independente, formado por aliados do ex-presidente José Alberto Guerreiro e o Grêmio Novo, movimento liderado por Eduardo Antonini. Cabe ao também ex-presidente Paulo Odone liderar a oposição, embora este não pertença a qualquer grupo político dentro do clube.
Os mais próximos aos bastidores dizem que esta disputa toda se resume a "briga de beleza" de duas figuras do alto escalão: Luis Carlos Silveira Martins, o popular Cacalo, x Paulo Odone de Araujo Ribeiro. O resto, são só consequências.

O QUE TUDO ISTO TEM A VER COM FUTEBOL?

Tem eleições em seguida! Tanto para o conselho, ONDE O ASSOCIADO VOTA, quanto para presidente do clube. Não preciso escrever uma tese para explicar que o resultado da eleição está intimamente ligado aos resultados de campo, não é?
Por isto o futebol do Grêmio é um verdadeiro barril de pólvora. Nas últimas eleições para o conselho, em 2007, o grupo apoiado por Cacalo (da atual gestão), só conseguiu colocar membros no conselho graças a sete votos. Isto garantiu que aquele grupo colocasse 30% da metade do conselho, enquanto o grupo de Odone na época colocou 70% desta metade. Este ano renovará a outra metade. Se os resultados de campo continuarem ruins, é provável que o grupo de Odone coloque todos os 150 membros, garantindo ao mesmo, aproximadamente 255 conselheiros em um total de 300, ou seja, aproximadamente 85% do conselho, praticamente garantindo a sua eleição, ou do candidato apoiado por ele para presidente do clube, em primeiro turno (que é realizada apenas no conselho). Por isto a razão do desespero da situação por resultados imediatos. Já há inclusive um movimento de assédio da situação a Antônio Vicente Martins, líder do Grêmio Independente, para que este mude de lado e seja candidato pela situação. A questão é que tudo isto é inócuo. Quem vai decidir o futuro presidente do Grêmio é a eleição para o conselho que ocorre antes.

E QUANTO AO SILAS?

Silas encontra-se no meio deste turbilhão! E creio que ele não tenha experiência e identificação com o clube suficientes para lidar com tudo isto. No período da Copa do Mundo, precioso período, onde havia uma idéia de futebol definida, era apenas uma questão de aparar as arestas, ajustar um pouquinho e entrar voando no brasileiro, Silas se perdeu...

ONDE SILAS SE PERDEU?

Certamente foi no período da Copa quando tentou implantar a filosofia: "Ninguém é titular em meu time". Com certeza não foi invenção dele, provavelmente é uma filosofia de trabalho importada do futebol europeu onde Silas jogou e recentemente fez estágios como treinador. A justificativa para isto é que o jogador "não colocará o burro na sombra" sabendo que tem alguém prestes a tomar-lhe a posição, palavras do próprio Silas. Acredito até que esta filosofia seja vencedora por lá, o problema é que não se ajusta ao futebol brasileiro. Tentem olhar a escalação de todas as equipes vencedoras, não só do Grêmio mas como de outros clubes do Brasil. Todo mundo sabe suas escalações na ponta da língua. Mudava uma peça ou outra de um jogo para outro mas pelo menos 9 dos 11 titulares todo mundo sabia quem era. No Grêmio de Felipão, então, quem não sabe a escalação dos 11 titulares?
O jogador brasileiro não está acostumado à insegurança de ser titular hoje e já no próximo jogo não saber se entrará em campo. Talvez pela menor condição cultural em relação ao jogador europeu mas é fato que o jogador brasileiro só rende seu máximo quando sabe que está no time. Foi contrariando isto que Silas perdeu jogadores importantes do elenco como Mario Fernandes, Douglas e Hugo.
O melhor momento do time este ano foi quando na zaga jogavam Edilson, Mario, Rodrigo e Neuton, no meio jogava Adilson com Magrão ou Rochemback e nas meias de armação, dos três jogavam dois: Douglas, Leandro e Hugo. De repente, Douglas virou reserva do Maylson, Mario não servia para zagueiro, Ozeia era melhor (ontem se viu isto...), Rochemback, que havia tomado a posição de Magrão, também virou reserva. O Silas perdeu o grupo, para mim está claro! Jogadores vaidosos como Douglas e Hugo jamais aceitariam ser reserva para um jogador como Maylson, por exemplo, que só a imprensa gaúcha vê como fundamental na equipe.

E QUAL A SOLUÇÃO?
Só vejo uma: ADILSON BATISTA!
Adilson tem livre trânsito dentro do clube, é muito identificado com a torcida e com a cultura gaúcha e é quase unanimidade dentro dos bastidores. A oposição teria muita dificuldade em tentar desestabilizar Adilson, não só pela amizade pessoal, como também por entender que caso ela, Oposição vença, Adilson seria o técnico e não faria sentido algum desgastá-lo agora tornando sua permanência no clube insustentável.
Adilson também é linha dura, o que é extremamente necessário neste momento para acabar com as vaidades.
Espero que enquanto termino de escrever este tratado, desculpem pela extensão do texto, ele já não esteja sendo contratado por outra equipe.
REAJE, GRÊMIO!

2 comentários:

  1. mas o Adilson não era criticado no Cruzeiro por não ter um time base e mudar os caras a toda hora?

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  2. Se existem estas críticas, são burras, porque há muito tempo o Adilson abandonou este tipo de coisa. Acompanhei o Cruzeiro nas duas últimas Libertadores e sempre vi a mesma escalação.

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