quarta-feira, 28 de julho de 2010

PORQUE SEMPRE NOS VOLTAMOS PARA O PASSADO?


O momento que costumamos parar para refletir é quando as coisas não vão bem.
Quando as coisas vão bem, ficamos muito ocupados colhendo os frutos do sucesso. E devemos também tomar as devidas precauções para que tudo não vire de uma hora para outra. Isto vale não só para o futebol mas para a vida também.
Há dias viemos discutindo exaustivamente porque o Grêmio se encontra na atual situação. Que situação é esta? É a mesma que nos atormenta desde 2001:
Não vencemos nada!
Cada um de nós elege seus vilões para isto:
Eu elegi Silas devido as suas atitudes durante a copa, outros elegem a preparação física, outros a direção e por aí vai.
Fato é que esta direção está aí há um ano e meio. E já fazem nove que não vencemos.
Silas e o resto da comissão técnica estão aí há sete meses. E já fazem nove anos que não vencemos. Isto não isenta os responsáveis da vez mas, devemos começar a pensar nas causas maiores sob pena de uma eventual conquista não passar de apenas uma gota vitoriosa em um oceano de derrotas.
Luciano Mega, um dos idealizadores deste espaço, iniciou uma série de textos intitulados PARA ENTENDER O GRÊMIO DA ÚLTIMA DÉCADA.
Quero tentar, neste texto, dar uma pequena contribuição para este debate.
É bastante comum, em um debate entre gremistas, que alguém no calor da discussão saia com alguma frase do tipo "No tempo do Felipão e do Cacalo", "No tempo do Odone", "No tempo do dr. Dourado". Já me peguei várias vezes fazendo isto.
Por isto hoje, conversando com minha xícara de café, me perguntei:
PORQUE SEMPRE NAS ADVERSIDADES ACABAMOS NOS VOLTANDO PARA O PASSADO? SERÁ QUE NÃO ESTÁ AÍ A RAIZ DOS NOSSOS PROBLEMAS?
O passado, enquanto uma referência, é importante, sem dúvidas, mas devemos tomar o devido cuidado para não inverter a flecha do tempo!
A realidade é dinâmica, tudo muda muito rápido e não tem porque no futebol ser diferente.
Observo atitudes tomadas pelos sucessivos corpos diretivos que passaram pelo clube é só consigo sentir uma coisa: Cheiro a mofo!
É bom salientar que a responsabilidade não é apenas dos dirigentes se as decisões e medidas são arcaicas. Dirigentes são apenas um reflexo do torcedor, e o torcedor do Grêmio tem um perfil histórico de passividade. Isto se reflete no tal padrão de comportamento criado há alguns anos e intitulado como "Alento incondicional". Claro que apoiar no campo é importante. Nunca vaiei o Grêmio, nem antes, nem durante, nem depois da partida. Não sei porque nunca fiz isto mas fato é que nunca fiz. Mas sempre tive uma visão crítica sobre o clube, mesmo nos melhores momentos.
Acredito que teremos muitas dificuldades de vencer esta etapa enquanto não rompermos de uma vez com o passado. E como é possível fazer isto?
Só tem uma maneira: RENOVAÇÃO!
O nosso co-irmão fez isto. Enquanto o torcedor do Internacional não se articulou e resolveu participar ativamente da vida política do clube, eles não sairam da estagnação que começou no futebol e se espalhou por todos os setores do clube.
Vale lembrar o famoso relatório do consultor João Paulo Medina que dizia que os vestiários do Beira-Rio eram uma vergonha. A partir do surgimento do movimento inter 2000 e outros as coisas começaram a mudar para o lado deles.
Enquanto isto não ocorrer no Grêmio, não vejo como sairmos desta situação. Odone vence a eleição e no fim do ano reclamamos porque perdemos o campeonato porque faltou um centroavante, Odone sai, entra a oposição e perderemos o campeonato porque faltou comando, e assim seguiremos nesta verdadeira roda viva.
É preciso romper este ciclo! É preciso novos gremistas com mentalidade nova comandando o clube. Chega de Meira, Pelaipe, Cacalo, Koff, Dourado, Odone e outros que estão lá há trinta anos. Não quero questionar aqui as boas intenções dos mesmos que muitos serviços prestaram ao clube mas eles representam o passado.
Precisamos começar a olhar para o futuro. Ele está logo ali nos esperando e precisamos nos preparar para encará-lo de frente.

"No presente a mente, o corpo é diferente
E O PASSADO É UMA ROUPA QUE NÃO NOS SERVE MAIS."
Belchior

2 comentários:

  1. Luiz, acho muito valioso este tipo de reflexão. O tema é por demais valioso.Sou Gremista à no minimo 50 anos,então já vivi, como torcedor,vários momentos.Momentos maravilhosos e momentos por demais sofridos.Claro q estamos falando de relativismo. Cada época,cada momento,cada contexto.Claro q é inevitável à comparação com outros dirigentes Gremistas.Ainda hoje,li q o Grêmio antecipou a maioria das receitas(camp. gaúcho e brasil.)p 2011.Amadores são punidos,é mercado,não há como ser diferente.Nosso 2011 está comprometido.Sei q o problema financeiro Gremista,já não é de agora.Até a policia frequentou o Olimpico.Cheque sem fundo.Lembram ? Claro q temos q comparar aos bons tempos. Bons grupos de jogadores e títulos,são consequência de boas e planejadas administrações. Não vale só ser Gremista, trata-se de uma grande empresa,com um orçamento enorme,tem-se q ter muita competência.Não há magía.Como disse o Barão de Itararé:" de onde menos espera-se algo,aí mesmo é que não sai nada".Espero q estes anos de jejum, ao menos sirva como receita de "como não fazer".
    Um grande abraço Luiz salcedo.
    Abraços à demais Gremista deste blog.

    Luiz Carlos

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  2. O problema, meu amigo Luiz Carlos, é que estamos presos às tais comparações.
    O mundo mudou, a informação viaja à velocidade da luz e nós ainda estamos pensando no Alcindo Bugre!
    No tempo do mesmo, uma discussão como esta, teríamos que fazer por carta:
    Eu enviaria uma carta para ti aí em Curitiba que demoraria mais de um mês para chegar dizendo que o time estava mal e que precisava de mudanças. Tu me responderias imediatamente esta carta que também levaria mais de um mês para ser recebida por mim. Enquanto isto o técnico já havia caído, jogadores já tinham sido dispensados e o time até já havia reagido.
    Os tempos mudaram, meu caro amigo. Não só o futebol como A VIDA devem ser pensados segundo os parâmetros de hoje.
    Certa vez me contaram uma história no Olímpico do tempo que El Maestro Luis Carvalho era presidente do Grêmio:
    Quando o clube estava com problemas financeiros e chegava a conta de luz, ele mandava o cobrador do Olímpico visitar os conselheiros do clube para fazer um "rateio" visando pagar a conta. Alguém consegue conceber uma coisa destas nos dias de hoje?
    Precisamos nos libertar do passado e olhar para a frente, meu amigo!

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